a chegada do bebe

O bebé e os amigos

16:02

Quando somos solteiros e vamos viver juntos passamos a ouvir "que agora não vamos pros copos como antigamente". Quando vivemos juntos e casamos passamos a ouvir "afinal nada mudou né? É só uma troca de papeis, mas podiam vir sair mais vezes e apanhar pielas como antigamente". Quando somos casados e temos o primeiro filho passamos a ouvir "pronto agora é que não sai de casa e só vive para o bebé". Pois é. O que não é normal é haver alteração de comportamento dos nossos amigos perante a nova fase da nossa vida. Verdade seja dita, quando são verdadeiros amigos nada muda. Quando não são é precisamente aqui e agora que se dá a separação natural entre o trigo e o joio (ditado antigo).

Pior ainda, acontece sempre com pessoas que nunca experimentaram, serem as que dão mais palpites (errados na maior parte das vezes). Para já cada mãe é uma mãe. Acho que não deveremos ser comparadas e muito menos seguir padrões pré-instituídos por quem é mais radical e encara os bebés como algo "a mais" nas suas vidas. Se eu respiro bem sem a minha filha? Respiro, mas com ela ao lado. É recém-nascida, o que se espera? Que eu vá para a borga e a deposite na casa de um dos avós? Ou espera-se que deixe de amamentar porque de 2h em 2h tenho de parar o que estou a fazer para a alimentar? São opções. A minha opção foi colocar a M. acima de tudo e de qualquer pessoa, até de mim mesma. São opções. Cada um toma a sua, pronto. 
Não entendo é porque tenho de ser considerada uma "exagerada" só porque não quero a minha filha a chorar a plenos pulmões e vou socorre-la nas suas necessidades antes dela entrar em estado de choro compulsivo. Portanto, para quem vê de fora ao primeiro "piu". Sim é verdade, eu conheço-a melhor que ninguém e sei perfeitamente quando ela quer e o quê. Se calhar porque me dei ao trabalho (que para mim é um enorme prazer) de usufruir verdadeiramente dela, compreendê-la, observá-la horas a fio de forma a conseguir chegar a este ponto. E o mito "deixa-a a chorar, também lhe faz bem chorar por causa dos pulmões" (esta já ouvi tanta vez dos mais velhos)... oh please! Não me faz bem aos ouvidos, principalmente porque entro em sofrimento quando ela chora, sobretudo ao inicio que ainda não sabia do que era. Eu sofria com ela a chorar. 
E também se discute a idade para a pôr no quarto dela, e porque não a meto a dormir sozinha no quarto dela? E que tal não pensar já nisso? Porque não está bem no quarto dos pais? "Vocês assim não têm vida de casal". Porque não podemos dar quecas à antiga em que tudo abanava e gritávamos que nem uns doidos? Lol. São opções, a casa não se limita ao quarto, e as quecas não se limitam à cama do quarto. 
E depois o meu marido, coitado, mega compreensivo comigo como sempre, até porque partilha da mesma ideologia que eu, disse-me à dias, de forma o mais meiga possível "acho que estás a ficar bicho do mato"... eh pá pois estou. Chego à conclusão que cresci imenso depois do nascimento da minha filha, se era menina até ali, tornei-me mulher, e os fretes ficaram ali à porta, naquele dia. Hoje já não os faço. E nem sempre estou na disposição de não poder ser eu própria, e por conseguinte, não me sentir confortável. 
Se eu respeito as opções dos outros, porque não se limitam a agir da mesma forma comigo? 

O lado bom das coisas? Continuo a ter outros tantos amigos fantásticos que me têm dado imenso apoio e que gostam de mim na minha nova fase da vida, sem julgamentos nem críticas. Sobretudo sou muito abençoada pelos pais que tenho, e pelo marido super amigo que me calhou :)

E era só isto, desabafo grande hoje hein! 


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2 comentários

  1. Apesar não não ser mãe, e apesar de não estar grávida (ainda), compreendo perfeitamente tudo o que dizes no texto. E passei por algo semelhante quando me casei! Ouvi expressões como "mas tu andas sempre com ele atrás?".. E sim... ando... Eu e o meu marido gostamos de andar juntos, passear juntos, ver filmes juntos e como temos os gostos muito parecidos, sim.. fazemos quase tudo juntos! E ninguém tem nada a ver com isso, apenas nós!
    Ps- estou "contigo" =D

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  2. Como a compreendo...
    Eu tenho uma pessoa da família que me chamou preguiçosa, porque vou meter a licença prolongada para poder estar mais 3 meses com a minha filha. Enfim, a vida é tão curta...logo, logo os nossos filhos crescem e teremos mais tempo para nós. E o melhor que lhes podemos deixar é o nosso tempo e o nosso amor incondicional.
    Jamais colocaria a minha bebé com 2 meses no quarto dela. Aí é que eu não dormia!!!
    Beijinhos

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