Quando estamos grávidas conseguimos reter imensa informação no que diz respeito ao mundo dos bebés. Principalmente grávidas de primeira viagem. Claro que nos começamos logo a inscrever nos cursos de preparação pré-parto, formações, conferências e tudo o que exista (de preferência gratuito) que nos consiga fazer crer que vamos estar 100% aptas logo na primeira aparição do bebé neste mundo.
3000 horas depois achamos que somos as expert do assunto, e que estamos munidas de todas as ferramentas que são necessárias para trazer um filho ao mundo. E depois ele nasce. E depois não nos lembramos de nada do que demos no curso.
Passados meses de muito 'googlar', falar com amigas, falar com família, voltar a frequentar grupos de mães (nomeadamente nas Redes Sociais) questionamo-nos para que serviram aquelas 500 mil horas de formação a que assistimos. Sim, porque uma coisa é certa, as coisas base ficam-nos na cabeça, mas todo o resto se desfaz como pó no nosso cérebro.

Não sei se é pela euforia da chegada do bebé, mas por vezes questiono-me se realmente estive presente neste e naquele curso. Porque não me lembro da maior parte das coisas.
A minha mãe é que tinha razão quando dizia "Antigamente não havia nada disso, tínhamos apenas o que era necessário, o nosso instinto, o instinto de mãe nunca falha! Há, e uma ajudinha das enfermeiras no inicio, e pronto, o resto vinha com o tempo". Mãe, uma vénia para ti, na altura achei-te uma retrógrada mas hoje em dia percebo que tinhas razão. As mulheres nascem com o tão falado instinto, não é clichet. E o principal não vem nos manuais, nasce dentro de nós.

Coisas de mãe.